Torcedora acusada de racismo contra menino de 12 anos em jogo de futebol é solta pela Justiça
20/10/2025
(Foto: Reprodução) Polícia apura caso de racismo em jogo do Sub-12 em Guaratinguetá
A torcedora que havia sido presa acusada de racismo contra um menino de 12 anos durante um jogo de futebol, em Guaratinguetá (SP), foi solta pela Justiça em audiência de custódia, neste domingo (19).
De acordo com o Tribunal de Justiça, foi concedida a liberdade provisória à mulher, com imposição de medidas cautelares. As medidas que ela deve seguir não foram informadas.
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O g1 tenta localizar a defesa da mulher. A reportagem será atualizada caso ela ou os advogados se manifestem.
Segundo a polícia, a mulher de 41 anos foi presa neste domingo (19) acusada de racismo contra um menino de 12 anos durante o jogo entre Manthiqueira e Corinthians, pelo Campeonato Paulista da categoria sub-12.
A partida foi interrompida após um atleta de 12 anos denunciar ter sido vítima de injúrias raciais e ser chamado de "preto", "sem família" e "filho da p***". Na súmula do jogo, o juiz relatou que o menino sentou-se no campo e afirmou que as ofensas vieram de torcedores do Corinthians.
Após a denúncia, os policiais militares que estavam no local foram até a delegacia com a torcedora apontada como autora das ofensas, o companheiro dela e os responsáveis pelo garoto, assim como o gandula, que testemunhou o caso.
Torcedora é presa acusada de racismo contra menino de 12 anos em jogo de futebol em Guaratinguetá
Goa Sport/Reprodução
Todos foram ouvidos e o delegado da Polícia Civil, Fábio Cabett, afirma que a torcedora foi "surpreendida logo após ter praticado o crime", considerando os elementos na súmula e os depoimentos, e determinou a prisão em flagrante dela.
No Boletim de Ocorrência, a mulher alegou que "não cometeu o crime em questão e que desavenças anteriores ocorreram em razão de coisas ligadas, digamos, ao futebol". Ela ainda manifestou desejo de processar a mãe do menino por ameaça.
A torcedora presa foi indiciada pela prática, indução ou incitação a discriminação, preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevista para esse crime varia de um a três anos de reclusão e multa.
Depois, em audiência de custódia, a mulher foi solta pela Justiça. Ela deve responder o caso em liberdade.
FPF, Manthiqueira e Corinthians lamentam
A Federação Paulista de Futebol (FPF), que organiza o campeonato, lamentou o caso.
“A FPF reforça seu repúdio a todo e qualquer ato racista e reafirma que o Futebol Paulista não tolera a participação de racistas em suas competições. Choca ainda mais o fato de, neste caso, ser um ato contra uma criança que apenas está jogando futebol. A FPF seguirá vigilante e atuante para que nenhuma pessoa, muito menos crianças, sejam alvos de crimes como este”, completou.
Nas redes sociais, o Manthiqueira também se manifestou sobre o episódio. “Um dia que, apesar de querermos esquecer, precisará ficar na memória de todos! Racismo não se tolera e só para lembrar: são crianças de 12 anos!”, escreveu o clube.
Ao g1, o Sport Club Corinthians Paulista disse que "lamenta profundamente o ocorrido" e que "reforça seu repúdio a qualquer ato discriminatório e acompanha com atenção o desenrolar dos fatos, colocando-se à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário".
Vale lembrar que, em setembro deste ano, a FPF lançou a campanha “-Ódio +Futebol” e fechou os portões para o público em 144 jogos de competições de base disputadas no estado em virtude do meu comportamento de torcedores nas arquibancadas.
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